Banco do Brasil 1T25

Banco do Brasil 1T25: Lucro recua 20,7% e resultado decepciona o mercado

Mercado Nacional

Banco do Brasil 1T25 registra lucro de R$ 7,3 bilhões, queda de 20,7%.

O Banco do Brasil 1T25 registra lucro de R$ 7,3 bilhões, queda de 20,7%.(BBAS3), uma das instituições financeiras mais tradicionais do país, divulgou nesta quarta-feira, 15 de maio de 2025, os resultados referentes ao primeiro trimestre de 2025 (1T25). Os números não vieram como o mercado esperava: o lucro líquido ajustado foi de R$ 7,3 bilhões, representando uma queda expressiva de 20,7% em relação ao mesmo período de 2024. Mesmo com a redução, a performance ainda reflete a força da instituição no mercado nacional.

Neste artigo, você verá uma análise detalhada sobre os principais destaques do balanço, os fatores que contribuíram para a queda do lucro, o posicionamento do banco no cenário econômico atual e as expectativas para os próximos trimestres.

Visão geral do Banco do Brasil 1T25

Lucro líquido ajustado

O Banco do Brasil 1T25 apresentou um lucro líquido ajustado de R$ 7,3 bilhões. Em comparação com os R$ 9,2 bilhões reportados no mesmo período do ano anterior, o resultado representa uma queda de 20,7%. A retração foi maior do que o mercado previa, frustrando analistas que estimavam um resultado entre R$ 7,6 bilhões e R$ 8 bilhões.

A redução no lucro chama a atenção em um cenário de juros ainda elevados e inadimplência crescente. Mesmo com a carteira de crédito expandida, o aumento nas provisões e despesas operacionais impactou diretamente a rentabilidade.

Receita com prestação de serviços

A receita com prestação de serviços e tarifas bancárias avançou 2,8%, atingindo R$ 8,361 bilhões no primeiro trimestre. Esse crescimento mostra que, apesar da pressão nos lucros, o banco conseguiu elevar sua geração de receitas com produtos e serviços oferecidos a clientes de pessoa física e jurídica.

Entre os destaques, vale citar os serviços ligados à administração de fundos, cobrança, seguros e cartões, que ajudaram a manter o desempenho operacional em níveis saudáveis.

Despesas administrativas e operacionais

As despesas administrativas e de pessoal cresceram 7,2% no comparativo anual. O índice é explicado, em parte, pelo reajuste salarial da categoria, acordado no final de 2024, além de investimentos em tecnologia, segurança cibernética e reestruturação de agências físicas.

O banco também reportou gastos relacionados à modernização de plataformas digitais e melhoria na experiência dos clientes em seus canais eletrônicos.

Índice de inadimplência e provisões (Banco do Brasil 1T25 registra lucro de R$ 7,3 bilhões, queda de 20,7%.)

O índice de inadimplência acima de 90 dias ficou em 2,99% no primeiro trimestre, um aumento em relação aos 2,56% registrados no 1T24. Esse movimento acompanha a tendência de deterioração da carteira de crédito no país, principalmente no segmento de pessoas físicas e microempresas.

As provisões para devedores duvidosos subiram 34,5% no período, totalizando R$ 8,2 bilhões. Essa elevação foi necessária para fazer frente à piora da qualidade da carteira de crédito, principalmente nas linhas de consumo não garantido e crédito pessoal.

Carteira de crédito

A carteira de crédito ampliada totalizou R$ 1,15 trilhão, alta de 8,3% em comparação anual. O crescimento foi impulsionado principalmente pelos financiamentos agropecuários, que avançaram 11,7%, e pelo crédito para grandes empresas, com alta de 9,6%. O crédito à pessoa física cresceu de forma mais tímida, cerca de 5,2%.

No entanto, o maior volume de crédito não foi suficiente para compensar a elevação das despesas e das provisões, o que pressionou o lucro líquido.

Rentabilidade e indicadores

Retorno sobre patrimônio líquido (ROE)

O ROE do Banco do Brasil 1T25 ficou em 16,7%, uma queda expressiva frente aos 21,2% do primeiro trimestre de 2024. Apesar da retração, a rentabilidade ainda se encontra em patamares considerados sólidos, refletindo a eficiência operacional da instituição mesmo em um ambiente de maior risco de crédito.

Índice de Basileia

O índice de Basileia ficou em 16,03%, superior ao mínimo regulatório exigido pelo Banco Central. O indicador mostra que o Banco do Brasil mantém um nível confortável de capitalização, o que confere solidez e segurança à sua operação.

Proventos e política de dividendos

Mesmo diante da queda no lucro, o Banco do Brasil anunciou a distribuição de R$ 1,9 bilhão em juros sobre o capital próprio (JCP) referentes ao 1T25. O pagamento será realizado em junho, com valor bruto estimado de R$ 0,66 por ação.

A política de dividendos da instituição permanece conservadora, buscando equilibrar a remuneração ao acionista com a necessidade de capital para expansão e cobertura de riscos.

Análise do setor bancário e concorrência

O setor bancário vive um momento de transição, com a digitalização acelerada, pressão por redução de tarifas e um ambiente de crédito mais seletivo. Enquanto os bancos digitais avançam em segmentos de varejo, as grandes instituições como o Banco do Brasil precisam adaptar suas operações para manter competitividade.

Em comparação com outros bancos de grande porte, o Banco do Brasil apresentou um desempenho abaixo de concorrentes como Itaú e Bradesco no 1T25, tanto em lucro quanto em rentabilidade. No entanto, ainda mantém vantagem significativa na carteira agro, segmento em que lidera com folga.

Estratégias para 2025

O banco tem focado suas ações em quatro pilares estratégicos para enfrentar o ambiente desafiador de 2025:

  1. Digitalização: ampliação da oferta de produtos e serviços digitais, com uso de inteligência artificial e análise de dados;
  2. Foco no agronegócio: fortalecimento da liderança no crédito agropecuário, setor que segue resiliente mesmo em momentos de desaceleração econômica;
  3. Eficiência operacional: revisão de processos internos, racionalização de custos e ganho de produtividade;
  4. Sustentabilidade: lançamento de produtos voltados ao crédito verde e ESG, com metas ambientais atreladas à concessão de financiamentos.

Essas estratégias visam posicionar o Banco do Brasil como uma instituição mais moderna, rentável e preparada para os desafios dos próximos anos.

Riscos e oportunidades

Entre os principais riscos que podem afetar o desempenho do Banco do Brasil nos próximos trimestres estão:

  • Aumento da inadimplência, caso o cenário macroeconômico se deteriore;
  • Pressão por margem, devido à concorrência com fintechs e redução das taxas de juros;
  • Elevação de despesas com pessoal e tecnologia.

Por outro lado, existem oportunidades importantes:

  • Retomada do crescimento econômico no segundo semestre;
  • Expansão da carteira agro, com subsídios federais;
  • Ampliação da base de clientes por meio do digital.

As pessoas também perguntam

O que aconteceu com o lucro do Banco do Brasil no 1T25?

O Banco do Brasil registrou um lucro líquido ajustado de R$ 7,3 bilhões no primeiro trimestre de 2025, uma queda de 20,7% em comparação ao mesmo período de 2024. A redução é atribuída ao aumento das despesas operacionais e provisões para perdas com crédito.

O Banco do Brasil vai pagar dividendos em 2025?

Sim, o Banco do Brasil anunciou o pagamento de R$ 1,9 bilhão em juros sobre o capital próprio referentes ao 1T25, mantendo sua política de remuneração aos acionistas mesmo com a queda no lucro.

O Banco do Brasil ainda é uma boa ação para investir?

Apesar do recuo no lucro, o Banco do Brasil mantém indicadores sólidos de rentabilidade, capitalização e liderança no setor agro. O papel continua atrativo para investidores com foco em dividendos e valor.

Quais são os planos do Banco do Brasil para 2025?

O banco está focado em digitalização, fortalecimento da atuação no agronegócio, melhoria da eficiência operacional e sustentabilidade. Essas ações fazem parte de um plano estratégico para manter competitividade e rentabilidade.

Conclusão

O Banco do Brasil 1T25 trouxe um resultado que decepcionou parte dos investidores, com lucro líquido ajustado 20,7% menor do que no ano anterior. Apesar disso, os fundamentos da instituição permanecem sólidos, com bom controle de custos, liderança em segmentos estratégicos e um plano de ação consistente para o ano de 2025.

Com a manutenção da política de dividendos e iniciativas voltadas para inovação, o Banco do Brasil segue como uma das principais instituições do setor financeiro brasileiro. A performance dos próximos trimestres será determinante para restaurar a confiança do mercado e sustentar a valorização das ações BBAS3.

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